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Dieese: Desigualdade entre negros e brancos se aprofunda durante a pandemia

A pandemia no Brasil acentuou a desigualdade entre negros e brancos no mercado de trabalho, afirma o Dieese em estudo divulgado nesta semana da Consciência Negra.

“A persistente desigualdade entre negros e não negros no mercado de trabalho ficou ainda mais acentuada durante a pandemia. Homens e mulheres negros sentiram, com maior frequência, os danos do isolamento e da redução do nível de atividade econômica”, ressalta o documento, ao analisar as pesquisas do IBGE que mostram que “mais de 6,4 milhões de homens e mulheres negros saíram da força de trabalho – como ocupados ou desempregados, entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, isto é, perderam ou deixaram de procurar emprego por acreditar não ser possível conseguir nova colocação”.

“Entre os brancos, o número de pessoas nessa mesma situação chegou a 2,4 milhões. Na comparação entre o 4º trimestre de 2019 e o 2º trimestre de 2020, entre os negros, o número subiu para 7,4 milhões. Para os não negros e não negras, o total pouco se alterou, chegando a 2,7 milhões de pessoas (…) Dos 8 milhões de pessoas que perderam o emprego entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, 6,3 milhões eram negros e negras, o equivalente a 71% do total”, revela o estudo do Dieese.

“Homens e mulheres negros, ocupados em situação de informalidade, no trabalho doméstico e sem vínculo legal, foram os que mais sofreram os efeitos da crise do coronavírus. A mobilização do movimento sindical conseguiu proteger parte dos empregos formais, com a MP 936, mas cerca de 8 milhões de pessoas (a maioria negra) ficaram sem trabalho e sem renda. O Auxílio Emergencial de R$ 600, conquistado também por intensa pressão sindical e social, garantiu certa dignidade a muitos, mas muitos outros não conseguiram receber a ajuda ou tiveram o pagamento liberado com atraso. Aos que ficaram sem proteção, coube escolher entre a fome ou ir para rua buscar trabalho mesmo com a possibilidade de encontrar o vírus”, explica o economista e técnico do Dieese, Cloviomar Cararine, que assessora a FUP.


[Imprensa da FUP, com informações do Dieese |Foto: Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images]

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