Antirracistas e antifascistas se unem na sétima jornada nacional de manifestações pelo Fora Bolsonaro no 20 de Novembro
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil.
A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam.
Com isso, o 20 de novembro tornou-se a data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil.
Mais de 60 cidades confirmam atos Fora Bolsonaro
O Dia da Consciência Negra inspira o sétimo dia nacional de protestos pelo Fora Bolsonaro no 20 de novembro. Estão confirmadas manifestações em mais de 60 cidades em todas as regiões do país, número que deve ser ampliado.
A Coalizão Negra por Direitos é uma das principais organizadoras do Fora Bolsonaro deste sábado. Como nas outras seis manifestações, estarão juntas as dezenas de movimentos reunidos em torno da Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, sindicatos, estudantes e até mesmo torcidas organizadas antifascistas.
Os organizadores observam que o racismo estrutural no Brasil chegou ao seu ápice com Bolsonaro. Nos dois primeiros anos deste governo, a fome aumentou 27,6% no Brasil. E mais da metade da população brasileira, ou 116,8 milhões de homens, mulheres e crianças estão hoje em situação de insegurança alimentar. A maioria é negra: dados do Olhe para a Fome apontam que eles são 10,7% dos que não comem. O número cai para 7,5% entre os brancos.
A educadora Iêda Leal, coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), que está na organização das manifestações do dia 20 de novembro, lembrou que “historicamente o Brasil tem uma dívida muito grande com o povo negro no país. O governo brasileiro deve se ajoelhar e pedir perdão pelo crime cometido contra a população negra nesse país.”
“Acho que nesse país, onde tem pessoas que acreditam que uma sociedade deve ser construída com base na solidariedade, no respeito e na valorização da vida, precisa estar conosco nesse dia para a gente continuar lutando contra o racismo. A palavra de ordem nesse dia será a continuidade no legado de Zumbi e Dandara. Queremos o país unido pelas pautas fundamentais da vida da população negra desse país, que é a grande maioria. É hora de unificar”, encerra Leal.
No Rio, o ato está marcado no Viaduto Negrão de Lima, Madureira, 13h.