O tempo passa, mas a dor e a indignação, não! Há 9 anos nosso querido companheiro de Reduc, Luiz Cabral, era morto por negligência e falta de cuidado da Petrobrás com a saúde e a segurança de seu corpo de trabalhadores e trabalhadoras.
Cabral estava sobre um dos tanques fazendo uma medição quando caiu em um buraco. No vídeo que acompanha esse texto, com imagens da rede Record, é possível observar a enorme cratera, justamente, no local onde o operador estava e seu corpo foi encontrado dois dias depois.
O que nos causou ainda mais indignação foi a tentativa desumana da assessoria jurídica da Petrobrás em responsabilizar o trabalhador por sua própria morte. Entretanto, após dois anos, a primeira instância condenou a empresa. A partir de uma investigação realizada pela CIPA, a juíza do caso assinalou em sua sentença que existiam fatores de risco como a corrosão presente no teto do tanque e outras falhas de segurança:
“O acúmulo de recomendações de inspeção sem atendimento estava colocando em risco não apenas o TQ-7510, como os demais tanques da REDUC” – grifei); (iv) falha de monitoramento da corrosão – atraso na execução da inspeção (…) as provas colhidas nos autos demonstram, inequivocamente, a responsabilidade da ré pelo acidente que causou a morte do genitor do autor, revelando o descumprimento de normas de segurança essenciais na prevenção do evento danoso”
De lá pra cá, as condições de trabalho não melhoram. E ano passado, por exemplo, tivemos várias mortes no sistema Petrobrás, e acidentes na Reduc. O Sindipetro Caxias se coloca cotidianamente em defesa da saúde e da segurança de todas e todos trabalhadores. Por isso, realizamos atos em protesto às constantes negligências e denunciamos a necessidade não só de inspeção e prevenção, mas sobretudo na convocação de mais profissionais já aprovados, bem como a abertura de concurso para novas vagas. Afinal, há uma imensa defasagem e o acúmulo de funções sobrecarrega, estressa e mata!
Por Cabral e por todas as pessoas que tombaram trabalhando, chega de acidentes!
Sindipetro Caxias | 31/01/25