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Estratégia da Petrobrás de intimidação e assédio impõe vexame a seus gerentes

Durante a assembleia dos trabalhadores realizada segunda-feira (26) na sede da Petrobrás em Salvador (Edifício Torre Pituba),  a diretoria do Sindipetro-BA abriu espaço para que os gerentes e supervisores usassem o microfone para defender a contraproposta da empresa, mas ninguém se pronunciou. Será que não acreditavam no que estavam votando?

O fato é que a estratégia assediadora, imposta pela alta gestão da empresa, se mostrou ineficiente, diante da consciência e unidade dos trabalhadores petroleiros.

O que resta à direção da Petrobras diante da derrota sofrida? Destituir seu corpo gerencial por incompetência? Impor a devolução do dinheiro usado para comprar a dignidade destes gestores?

O fato é que a estratégia da empresa foi um tiro no pé. Deu audiência à atividade do sindicato e expôs os gerentes, duplamente vendidos, à base. De quem foi essa ideia genial?

Para o diretor do Sindipetro, André Araújo, que também é candidato à suplência do Conselho Deliberativo da Petros, “a votação expressiva da categoria petroleira da Bahia, reprovando a proposta da empresa e aprovando a greve em caso de atentado contra  alguns de seus direitos coletivos, impõe uma humilhante derrota à atual e alta gestão entreguista da Petrobrás”.

Araújo ressalta ainda que a prática de assédio aos trabalhadores,  além de ser ilegal,  demonstra que “falta ética à atual gestão da empresa”.

Ele chama a atenção para a estratégia ardilosa da Petrobrás, que  foi iniciada com a distribuição das Remunerações  Variáveis (RV), cujo objetivo foi comprar a dignidade dos gestores e de alguns outros trabalhadores.

O próximo passo foi a imposição do assédio e coação de forma aberta ou velada, visando pressionar os trabalhadores a atenderem os anseios da direção da Petrobras. O ápice desta reprovável tática foi a obrigatoriedade de participação nas assembleias imposta aos gerentes”.

Para Araújo “esses acontecimentos demonstram que a atual gestão da Petrobrás, está totalmente alinhada ao interesse privatista do governo de extrema direita do presidente Bolsonaro e não medirá esforços para entregar as riquezas desta empresa ao capital internacional. Cabe à FUP, aos Sindipetros e à categoria agir para tentar evitar que isso aconteça. Essa responsabilidade já foi aceita por todos nós. Prova disto são os resultados das assembleias que estão rejeitando a contraproposta da empresa e colocando os  maus gestores nos seu devidos lugares”.

Em meio ao entreguismo da alta gestão, os petroleiros se protestaram durante a assembleia, estendendo a bandeira do Brasil e queimando a bandeira da multinacional Shell,  em um ato de patriotismo e defesa da soberania nacional. “Aqui  a Shell não tem vez, o petróleo é do Brasil e dos brasileiros”, afirmou o diretor do Siindipetro, Radiovaldo Costa, aplaudido pelos trabalhadores.

O diretor da FUP, Deyvid Bacelar, denunciou e colocou abaixo os argumentos falsos usados pela direção da Petrobrás para influenciar na votação e aprovação de um ACT rebaixado e que retira direitos da categoria. “Se mexerem nos nossos direitos, vamos entrar em greve – a categoria está aprovando isso – para garantir não só os nossos direitos, mas também essa empresa, a Petrobrás, que foi construída por nós”.

O coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, arrematou, “o que está em jogo aqui é a pavimentação para o processo de desmonte e privatização da Petrobrás, não se trata apenas do ACT da categoria, de seus direitos e empregos, e, felizmente, os petroleiros já estão reagindo”.

[Via Sindipetro BA, com edição da FUP]

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