Desde o dia 17/01, o Brasil finalmente pode começar a vacinação contra a COVID-19. Agora esbarramos em outro problema, a forma de vacinação. Hoje, não existem datas marcadas para as fases do plano de imunização e muito menos doses suficientes dos imunizantes para atender toda a população. O Ministério da Saúde diz que a expectativa é que a população brasileira esteja vacinada apenas em 2022.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para a enorme desigualdade na distribuição da vacina contra a SARS-CoV-2 e alertou para as graves consequências.
“Devo ser franco: o mundo está à beira de um fracasso moral catastrófico, e o preço desse fracasso será pago com a vida e o sustento dos países mais pobres”, advertiu Tedros no discurso de abertura do Comitê Executivo da OMS.
O chefe da OMS considerou que não é justo que pessoas saudáveis e jovens de países ricos tenham acesso à vacina antes de grupos vulneráveis de países mais pobres.
Não há segredo: para que um país consiga erradicar uma doença, o meio mais rápido e eficiente é a vacinação em massa, para que se garanta uma cobertura suficiente a ponto de bloquear a circulação do agente causador da doença, seja vírus ou bactéria.
Porém, mesmo após a aprovação das vacinas Coronavac e a de Oxford pela Anvisa e o início da vacinação no país, o presidente da República, ainda se mostra relutante na defesa da vacina contra a Covid-19. Desde o ano passado, Bolsonaro menospreza a importância da vacinação, preferiu não investir na compra antecipada de doses e não poupou críticas, principalmente, à Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo, com a farmacêutica chinesa Sinovac.
Em março, ainda no início da pandemia, Bolsonaro, em uma série de discursos menosprezando o efeito do vírus, sugeriu que os brasileiros teriam anticorpos suficientes para não terem complicações graves com a Covid-19, durante uma entrevista coletiva em frente ao Palácio do Planalto.
O risco de não se vacinar, no entanto, não é apenas da pessoa que se recusa. Se a ampla maioria da população não tomar uma vacina contra a Covid-19, o vírus vai continuar circulando no organismo delas e pode sofrer uma mutação. Essa variante pode, inclusive, afetar os já vacinados, que estão protegidos contra outra forma do vírus. Por enquanto, não há evidências de que as vacinas não sejam capazes de evitar infecção pelas variantes em circulação, mas é um risco permitir que ocorram novas mutações. Vacina para todos já! Fora Bolsonaro!