A direção da Petrobrás anunciou no dia 8 de fevereiro a conclusão da rodada final da fase vinculante do processo de venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada no município de São Francisco do Conde, na Bahia.
De acordo com a estatal, o Mubadala Capital apresentou a melhor oferta final e vai levar a primeira refinaria do Sistema Petrobrás e segunda do país em capacidade de processamento pelo valor de US$ 1,65 bilhão.
Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a RLAM está sendo entregue pela metade do seu valor que, ao câmbio atual, seria entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.
“Os dados revelam que a RLAM tem um potencial importante de geração de caixa futura que, a depender das premissas utilizadas, pode estar sendo subvalorizada nesse momento de venda”, afirma Rodrigo Leão, coordenador técnico do Ineep.
Junto com a RLAM estão sendo entregues 669 quilômetros de oleodutos, que ligam a refinaria ao Complexo Petroquímico de Camaçari e ao Terminal de Madre de Deus, que também está sendo vendido no pacote que inclui ainda outros três terminais da Bahia (Candeias, Jequié e Itabuna).
Além disso, como a FUP e seus sindicatos vem apontando há pelo menos oito meses, a venda da RLAM vai criar um monopólio regional no estado e em toda a região Nordeste, com combustíveis mais caros e risco de desabastecimento para os consumidores.
“A RLAM recebeu investimentos de R$ 6 bilhões somente em hidrotratamento nos últimos dez anos. No entanto, a refinaria está sendo vendida por pouco mais que isso, num momento economicamente ruim em todo o mundo. E não é apenas da planta de refino que está sendo vendida a preço de banana, mas toda a infraestrutura de armazenamento e escoamento da RLAM. São quase 800 quilômetros de dutos, fora os tanques de armazenagem. É um péssimo negócio para a Petrobrás, para a Bahia, para o Nordeste e para todo o Brasil”, aponta Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP.
Com o anúncio da venda da RLAM, o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-Bahia), filiado à FUP, está mobilizando trabalhadores e trabalhadoras da refinaria e poderá iniciar uma greve em protesto contra a venda da unidade, como aprovado em assembleias em dezembro passado.
Desta forma, a direção do Sindipetro Caxias, seguindo a deliberação do Conselho da FUP, convoca os petroleiros e petroleiras para a setorial virtual no próximo dia 16 às 19h, para debater sobre o futuro da Petrobrás, e como podemos contribuir com a luta contra o desmonte da empresa.