Esta semana, o Sindipetro Caxias ficou sabendo extraoficialmente que estava sendo realizada uma auditoria de acompanhamento do SPIE pelo IBP.
Desta vez, o sindicato não foi comunicado sobre esta visita do Institudo Brasileiro de Petróleo e Gás, o que é um alerta a todos os empregados da fábrica.
Sem a necessária imparcialidade em ouvir tanto o representante dos trabalhadores, que é a entidade sindical, assim como a gestão da Petrobrás, não é possível garantir a legitimidade desta auditoria. Uma vez que vivemos tempos sombrios, onde a gestão bolsonarista preza pelo menor custo para segurança e maior lucro para os acionistas.
O Sindipetro Caxias denunciou por diversas vezes ao IBP as negligências gerenciais da REDUC e a necessidade de suspender a certificação do SPIE devido a situação de insegurança em 2015. Os auditores estiveram na refinaria e avaliaram que tudo estava bem, dois meses depois o Técnico de Operação Cabral morre devido a ruptura do teto do tanque onde os testes de espessura foram fraudados. O Gerente da Inspeção da REDUC foi “punido” com a promoção como representante da Petrobrás na COMCER.
As denúncias do sindicato foram antes da morte do Luiz Augusto Cabral de Moraes, que em 31 de janeiro de 2016 caiu dentro do tanque de asfalto líquido a 80°C e seu corpo permaneceu por 2 dias dentro do TQ-7510. Essa morte poderia ter sido evitada com a devida análise das denunciais.
A REDUC é insegura com diversas fragilidades industriais por má gestão e que até hoje vem descumprindo os acordos feitos sob a força da lei. A situação de desrespeito a lei é tão grande por parte dos gerentes da refinaria, que tivemos uma média de um TAC por ano, em 20 anos. Como confiar na gestão de uma refinaria com este perfil? O Gerente de Certificação diante desta situação de impasse, chamou para si mesmo toda a responsabilidade e concedeu o SPIE declarando que a refinaria tem integridade em todos os equipamentos controlados pela NR-13, que todos os efetivos são regulares, não havendo risco de explosão ou incêndio pois está tudo controlado.
A falta de manutenção está colocando a vida dos trabalhadores em risco. Como no caso da U-1530 onde somente com ação judicial os gerentes param o compressor para manutenção.
Como a gerência da REDUC quer ter certificado de excelência de manutenção quando isto não é praticado?
O sindicato continua lutando por segurança no local de trabalho e nunca será cúmplice de um certificado maquiado que pode ser manchado com o sangue dos trabalhadores.