A falta de compromisso com a saúde dos trabalhadores não é de hoje, e com a pandemia a gestão se mostra cada dia mais perversa. Conforme previsão no ACT, o sindicato ingressou com ação judicial para requerer que a empresa informasse os dados quantitativos dos trabalhadores doentes. Mesmo com tal previsão devidamente assinada pela empresa no acordo coletivo, ela se recusava a fazê-la, obrigando assim o sindicato ingressar com ação judicial.
Agora, a empresa está recorrendo da decisão que determina que ela cumpra algo que se comprometeu a fazer. Todavia, o sindicato conseguiu uma liminar e por isso já está recebendo os dados quantitativo dos trabalhadores do turno da REDUC e UTE-GLB.
Entre os meses de abril e maio, houve um aumento de 152% em relação aos meses anteriores, período em que ocorreu as paradas de manutenção da U-1210 e U-1220. As paradas são um grande problema em meio a uma pandemia, tendo em vista o aumento do número de trabalhadores circulando pela fábrica. Por isto é tão importante um planejamento sanitário complexo, visando a segurança de todos.
No mês de maio de 2020, o Sindipetro Caxias contabilizava 101 casos confirmados entre os trabalhadores próprios e 77 trabalhadores terceirizados. Além da morte de quatro companheiros por COVID 19. No dia 02/05, faleceu o motorista da COMAP, Sr. Josimar Lopes Mouses, de 51 anos. No dia 09/05, o vigilante patrimonial da empresa Esquadra, Sr. Gilson Araújo Lione, de 55 anos, no dia 19/05, o Sr. Luiz Cláudio de Menezes, de 52 anos de idade, trabalhador do serviços gerais da LIMPIND, e no dia 23/05, o Sr.Celso Antonio Venâncio Lopes, motorista da COMAP, que faria 64 anos no dia 26/05. Em 2021, duas mortes. No dia 16/04, faleceu o trabalhador terceirizado, Waguinho, planejador de pintura da Equilibrium Vertical. Em maio de 2021, a primeira morte de um trabalhador próprio por COVID-19, o companheiro Marcelo Eduarde. A todas as famílias e amigos que tiveram perdas nessa pandemia, nosso sentimento.
A direção do Sindipetro Caxias alerta para o correto uso das máscaras de proteção PFF2 e higienização das mãos e equipamentos. Novas variantes do vírus estão surgindo no Brasil, e mesmo pessoas que estão fora dos grupos de riscos estão entrando para as estatísticas desta doença. Alguns cuidados, como evitar a aglomeração e fornecer máscaras PFF2 é o mínimo exigido para que a gestão seja humana e em prol das vidas de seus empregados. Não existe produção sem petroleiros. Está programado para julho uma nova parada de manutenção. Caso não seja adiada, uma nova onda de contaminação assombrará a REDUC.
De acordo com o último boletim elaborado pelo DIEESE/FUP, em nível nacional já são quase 6500 petroleiros contaminados, 47 seguem hospitalizados e 39 óbitos.
Basta de mortes, vida em primeiro lugar.