Sindicato denuncia falta de manutenção preventiva e redução de efetivos
Com sete acidentes em diferentes unidades no primeiro semestre e outros dois ocorridos num mesmo dia de julho, a REDUC recebeu nos dias 26 e 27/07 uma equipe do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), responsável pela auditoria do Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (SPIE), que fornece certificação de segurança a unidades da Petrobrás.
A visita foi acompanhada pelo diretor do Sindipetro Caxias Luciano Santos e do diretor da FUP, Raimundo Santos, que é membro da bancada dos trabalhadores na Comissão de Certificação (ComCer).
Para Raimundo, a auditoria foi realizada de forma satisfatória. “A presença do dirigente sindical, que na ocasião foi o Luciano, foi fundamental para a análise que será feita do relatório dessa auditoria. Acredito que a auditoria, dentro dos propósitos estabelecidos, teve seus objetivos atingidos a contento”.
O Sindipetro Caxias denunciou na ocasião a falta de manutenção preventiva e o baixo efetivo de pessoal na refinaria, o que coloca em risco não apenas a segurança operacional da REDUC, mas também a integridade física e mental de seus trabalhadores, com jornadas extras e sobrecarga de trabalho.
Em 2016, a falta de manutenção correta nos equipamentos e fraudes em documentos, levou a morte o Técnico de Operação Luiz Augusto Cabral. Que caiu do teto do tanque TQ-7510 em uma piscina de óleo fervendo, ao pisar em uma área enferrujada. O ocorrido fez com que a Refinaria perdesse a do SPIE e, desde 2019, o instituto não concede a certificação definitiva de segurança à REDUC.
“No final de 2019, a REDUC obteve a certificação, mas de forma cautelar. Desde então, é uma ‘corda bamba’ de permanecer ou não com esse certificado de segurança, por conta de diversas irregularidades. Um exemplo ocorreu em 2020, quando um incêndio na U-1210 quase matou dois trabalhadores. Fizemos a denúncia, e em vez de investigar o problema, a gestão da Petrobrás me puniu com 10 dias de suspensão por ter levado a informação à imprensa”, explica Luciano.
As denúncias também foram levadas ao Ministério Público do Trabalho (MPT), ao Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest) e à Delegacia Regional do Trabalho (DRT) pelo Sindipetro Caxias, que cobra da gestão da Petrobrás a abertura de investigações, com a participação de representantes do sindicato. Entretanto, a companhia ignorou os pedidos e não fez nenhuma alteração na rotina de manutenção preventiva e na escala de pessoal.