Enquanto os trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas sofrem com descontos abusivos em seus contracheques, no dia 4 de agosto a Petrobrás apresentou o balanço financeiro aos membros do Conselho de Administração, que aprovaram a antecipação do pagamento da remuneração bilionária aos acionistas.
O lucro de R$ 42,8 bilhões da Petrobrás neste segundo trimestre tem sido um dos assuntos de maior destaque na mídia já faz alguns dias. Não por acaso, já que o montante é 36 vezes maior do que o verificado no primeiro trimestre e rendeu uma bolada de R$ 31,6 bilhões aos acionistas da companhia.
Em 2021, do total de dividendos distribuídos até o segundo trimestre de 2021, cerca de 11,6 bilhões (ou 36,8%) irão para o Governo Federal e BNDES; outros 7,7 bilhões (22,7%) para os acionistas privados brasileiros; e, por fim, a maior fatia dessa riqueza produzida (40,6%) irá para acionistas não brasileiros, ou seja, 12,8 bilhões.
Enquanto isso, os próprios trabalhadores/as da Petrobrás sofrem os efeitos nocivos da atual estratégia da empresa. Entre 2016 e 2020, após doze anos de valorização contínua dos salários, os petroleiros/as registram perdas reais acumuladas em seus salários da ordem de 4,5%, segundo o Dieese.