Após mais de dois anos de tentativas, a Petrobrás decidiu encerrar no dia 25 o processo de venda da Refinaria Abreu e Lima (RNEST). Todos os interessados decidiram retirar suas propostas de compra da unidade, localizada em Ipojuca, em Pernambuco. A refinaria é uma das oito unidades que foram colocadas à venda pela gestão da empresa.
No mesmo dia, a Petrobrás concluiu a venda da Refinaria de Manaus por 70% do seu valor. De acordo com o estudo realizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a Reman “está avaliada com um valor mínimo, pelo câmbio mais elevado deste ano, de US$ 279 milhões, quando o valor negociado pela estatal com o potencial comprador foi de US$ 189 milhões”.
Em março, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) já havia sido vendida pela metade do preço para o fundo de investimentos dos Emirados Árabes, Mubadala. As duas vendas estão sendo contestadas pela FUP e seus sindicatos, em ações na justiça.
Com base em estudos e pareceres de diversas entidades e órgãos de fiscalização, as privatizações em curso de refinarias, além de causar prejuízos financeiros para a Petrobrás e impactar economicamente os estados e municípios que estão sendo abandonados pela estatal, criarão monopólios regionais privados, que irão comprometer o abastecimento e aumentar ainda mais os preços já abusivos dos combustíveis.
Para a FUP, o fracasso da venda da Refinaria Abreu e Lima, pode frear novas privatizações. A política econômica desequilibrada do Paulo Guedes tem feito com que haja uma desvalorização grande do real perante o dólar, o que gera um impacto principalmente para empresas internacionais que tenham interesse em adquirir ativos da Petrobras aqui no Brasil.
O fracasso da venda da Refinaria Abreu e Lima é uma vitória dos trabalhadores da Petrobrás. Em meio a alta no preço dos combustíveis, a União ter controle na produção e refino do petróleo, além de derivados através do abastecimento de GLP, por meio do Transpetro, no TA Suape, é fundamental para reverter a atual política de preços influenciada pelo Dólar, garantindo preço justo nos combustíveis e gás, além de balizar o desenvolvimento industrial da Região, gerando empregos, tendo como suporte a capacidade de investimentos da Petrobrás.