Há pouco mais de um ano, 12 trabalhadores que prestam serviços para a TRANSPETRO foram sequestrados enquanto atendiam a emergência de derivação clandestina em Itaguaí. As derivações clandestinas que são furtos do produto transportado pelos oleodutos, tornou-se uma constante na rotina da empresa. E essa rotina possui procedimentos para o atendimento com as equipes destacadas em sobreaviso em prontidão permanente.
Porém, o mesmo critério não é dispensado para a segurança dos trabalhadores que atendem aos chamados de emergência. Nesse mesmo evento ocorrido no dia 08/03/2021 no Jardim Ueda, os trabalhadores relataram que os traficantes do local haviam comunicado que não queriam ninguém na área depois das 17:00h. Logo, as equipes desmobilizaram o aparato para não ter o confronto com os criminosos. Mas, os preocupados gerentes mandaram os trabalhadores retornarem a uma área conflagrada pelo tráfico de drogas.
A trágica situação não serviu como exemplo para que medidas fossem implantadas para a segurança e saúde mental dos trabalhadores. Os técnicos da TRANSPETRO continuam atendendo as emergências em escalas de sobreaviso que não possuem regulação alguma. Podem ser convocados de madrugada para acionar uma válvula emperrada em uma área remota ou atender a um vazamento de produto em um dos municípios da baixada fluminense onde possuem tráfico drogas, sendo essa forma de atuação desses trabalhadores imprescindível para a garantia da continuidade operacional da cadeia produtiva da Petrobrás. O que potencializa ainda mais é que os trabalhadores conduzem sozinhos os seus veículos a longas distâncias depois de terem cumprido suas jornadas diárias de trabalho.
A exposição física e mental do trabalhador da TRANSPETRO é algo que cresceu com o advento da Pandemia e dá sinais de que permanecerá. A violência urbana é uma realidade nas metrópoles. Mas, exemplos de ações afirmativas de compromisso com a vida como a dos Correios não ocorrem na TRANSPETRO. Os CORREIOS mapearam as áreas consideradas de risco e atualmente não expõem os seus trabalhadores ao risco de violência urbana.
O gerenciamento da TRANSPETRO deve mapear todos os riscos em que o trabalhador está exposto fora dos terminais e criar procedimentos que resguardem a vida dos trabalhadores. E tudo deve ser divulgado e claro para todos que venham trabalhar extra-muros.