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Em vistoria na vila das empreiteiras junto do MTE, sindicato constata que reforma não resolveu os problemas

O estado de conservação do local continua não proporcionando a dignidade que o trabalhador merece

Na tarde desta segunda-feira, dia 20, o Sindicato dos Petroleiros de Caxias, o SITICOMMM e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estiveram juntos, acompanhados pela gestão da Petrobrás e prepostos das empresas prestadoras de serviço, em visita à Vila das Empreiteiras para avaliar estas condições de trabalho e vivência no local.

A visita começou com uma explanação sobre a estrutura e funcionamento do espaço. Foi colocado que, por força contratual, é responsabilidade das empresas contratadas a reforma das instalações, cabendo à fiscalização da Petrobrás acompanhar esse cumprimento. Os Sindicatos ponderaram que a reforma, quando ocorre, somente restabelece a condição original das instalações, que não atendem requisitos básicos de acondicionamento.
Ainda, colocaram as condições mais críticas da Vila que são:

  • O estado de conservação geral;
  • A drenagem da região que, em dias de chuvas mais fortes, causa dificuldade de acesso a determinados canteiros em função de inundações. Condição mais ou menos crítica a depender da dragagem das canaletas e da instabilidade das instalações elétricas da região, onde estão alimentandas as bombas de drenagem. Vale lembrar que a Vila está em um nível abaixo da cota da refinaria;
  • Empresas com contratos de maior permanência na REDUC tendem a fazer mais investimentos, enquanto aquelas com contratos menores, como de parada, tendem a tratar o espaço com mais descaso. Infelizmente, porém, apesar da disparidade nos investimentos, a situação do melhor dos canteiros ainda é longe do ideal para abrigo dos/as trabalhadores/as, independente do tamanho do contrato.

Foram visitados canteiros das empresas Rizoma, C3 Engenharia, Manserv, Herbert, entre outras. A situação geral constatada foi de que as instalações na Vila das Empreiteiras encontram-se muito precárias. Foram encontrados problemas elétricos, instalações muito abaixo do padrão, boilers e caixas d’águas defeituosos, vazamentos, marquises e estruturas em balanço degradadas por infiltração com risco de quedas e acidentes de maneira generalizada. Os vestiários e armários também se encontram abaixo do ideal de uma instalação, principalmente em relação ao padrão Petrobrás, com improvisos para suporte de toalhas, armários e bancos, desconforto térmico, chuveiros e instalações elétricas mal cabeadas etc.

Por mais que tenha sido feita uma reforma no espaço, as mudanças não foram suficientes para oferecer condições de trabalho seguras e dignas. As instalações são muito antigas e oferecem condições precárias de conforto, ergonomia e higiene. É nítido que as reformas não trouxeram readequação aos canteiros e as mudanças se limitam à pintura para uma recuperação de estrutura já existente. Porém o espaço permanece longe de ser o ideal ou mesmo seguro para o trabalho, sem por exemplo, piso frio, condicionamento de ar adequado, ventilação suficiente nos vestiários, espaço físico e mobiliário adequados (improviso) etc.

Por fim, a Petrobrás exige uma excelência operacional e técnica, com ordem arrumação e limpeza, percepção de risco aguçada e conceito de dono à sua força de trabalho, mas oferece, principalmente aos terceirizados, exatamente o oposto nas suas instalações. Não há campanha de conscientização capaz de competir com um ambiente de trabalho desorganizado, sujo e inseguro. Ações e condições têm muito mais capacidade de criar uma cultura organizacional segura que qualquer campanha motivacional. Para a Petrobrás exigir excelência, ela precisa oferecer primeiro.

Outras situações foram observadas e serão apontadas no relatório do Ministério do Trabalho e Emprego.

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