Por Yanny Chrystyan, uma jornalista preta
Neste 25 de julho o Sindipetro Caxias celebra o dia da Mulher Negra latino-americana e caribenha e o julho das pretas. É fundamental relembrar e homenagear essa luta. Viva, Tereza de Benguela! Hoje também é dia da líder do Quilombo Quariterê. Durante 20 anos Tereza foi responsável por organizar o povo preto econômica e politicamente na batalha pela liberdade. A articulação do Quilombo localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia foi e é inspiração para a negritude.
Um mês das pretas e um dia para a mulher negra latino-americana e caribenha é o firmamento com o compromisso com o combate ao racismo e ao machismo institucional e estrutural. Somente a união da classe trabalhadora pode derrotar a violência contra as mulheres negras em todas as suas formas. Chega de assédio moral e sexual, chega de salários menores na mesma função, chega de espaços de trabalho sem o mínimo de condições como um simples banheiro.
Julho é um mês de sublinharmos a luta por emancipação e conquistas de direitos das mulheres negras. Desde 1992 a Organização das Nações Unidas (ONU) consagrou o dia 25, mesma data que marcou o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana.
Obrigada, Tereza, Dandara, Enedina, Luisa, Marielle, Leci, Carolina, Tia Ciata, Leila e todas aquelas que pavimentaram a resistência até aqui.
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Mulheres negras continuam sendo as maiores vítimas de violências
Nos levantamentos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) dos últimos 3 anos, os dados mostram que a violência contra a mulher negra é sempre maior. Em todas as pesquisas encomendadas pelo Instituto Datafolha, os indicadores infelizmente provam a vulnerabilidade do grupo.
Na última semana, o levantamento do FBSP de 2024 apontou que o Brasil registrou 1.467 mortes por razões de gênero no ano passado. O maior registro desde a publicação da Lei do Feminicídio 13.104 de 2015. Infelizmente, como nos anos anteriores, as principais vítimas são as mulheres negras, com um percentual de 66,9%.
Em 2023, o mesmo levantamento do FBSP mostrou que 45% das mulheres negras afirmam que já sofreram alguma violência agressão ao longo da vida, 6,3% já foram vítimas violência física severa e 6,2% já foram amaçadas com facas ou armas de fogo. E ainda, segundo a Anistia Internacional, mulheres negras representaram 62% das vítimas de feminicídio no Brasil.
Em 2022, os dados mostraram alarmantes 50.962 casos de violência contra a mulher por dia, onde 65.6% deles foram sofridos por mulheres pretas, 29% brancas, 2,3% amarelas e 3% indígenas.
Todos os levantamentos lamentavelmente mostram que a violência física é mais frequente e mais severa quando contra as mulheres negras.
Vamos lutar! Mulheres pretas são diariamente vítimas de subjugação, reflexo da construção social do Brasil moldada pelo machismo, pelo racismo e pela escravidão dos povos negros e indígenas. Lutemos juntas e juntos contra a violência psicológica, sexual, física, obstétrica e financeira.
No dia 10 de julho, o Sindipetro Caxias participou do Fórum de Combate à Violência Sexual na Petrobrás com a FUP, a FNP e os marítimos (FNTTAA). E, em junho, participamos no 11º Encontro Nacional de Petroleiras, na Bahia. Todas as iniciativas têm como objetivo debater a conjuntura e criar soluções às desigualdades de acessos e direitos para as mulheres. Dentro e fora do ambiente de trabalho.
Resistência nas ruas! Neste domingo, dia 28 de julho, acontece a Marcha das Mulheres Negras 2024. A concentração será às 10h, em Copacabana. O Sindipetro estará presente e convoca todas e todos para participar do ato que terá o mote ‘Mulheres negras em marcha por reparação e bem viver’.
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Marcha das Mulheres Negras 2024 – 28 DE JULHO | 10H | COPACABANA