A AMS foi criada em 1975 e desde então preservada pela luta petroleira. Hoje há mais de 285 mil participantes no plano, 54% dos beneficiários são trabalhadores ativos e seus dependentes e 46% dos beneficiários são aposentados e seus dependentes.
Esta assistência suplementar, sem fins lucrativos e de natureza assistencial protegido pelo ACT está ameaçada pela atual direção bolsonarista da turma do Paulo Guedes. O processo de liquidação de tudo que foi construído pela luta, dando qualidade de vida ao trabalhador brasileiro, é visto como algo nocivo para o país e não pode ser exemplo para outras categorias de trabalhadores pelo Brasil.
O golpe de 2016 deixou clara a intenção da ponte para o futuro da elite burguesa brasileira que ainda governa este país e desde então vem ocorrendo a expropriação dos direitos dos trabalhadores.
A AMS também vem neste processo de fragilização com reduções sucessivas do número de trabalhadores que administram os serviços da AMS. Em 2017 eram 688 entre próprios e terceirizados e, atualmente, são menos de 540 trabalhadores. Onde mais de 40% são profissionais da saúde dando mais solidez e segurança no atendimento ao petroleiro.
Além de uma redução nos últimos 4 anos de 40 milhões de reais nas despesas administrativas, precarizando o plano ainda mais, agora vem o arremate final justificando sua privatização diante de um passivo atuarial duvidoso e sem participação dos sindicatos na escala de R$ 47 bilhões.
O DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) tem ajudado a FUP e seus sindicatos derrubando alguns argumentos favoráveis a empresa para liquidar o plano na tentativa de entregar a fundações/associações privadas para gerir a AMS que aos olhos do mercado financeiro é uma fortuna a ser administrada com mais de 285 mil participantes.
Algumas delas:
“Gestão passará a ser profissional” – Além de desqualificar os trabalhadores que atuam na gestão da AMS, não há nenhuma garantia de profissionalismo trocando a gestão;
“Melhoria do serviço prestado” – Não há nenhuma garantia de que a gestão do plano privada, será melhor que a atual – melhor gestão será sempre aquela mais democrática e participativa, que envolva todos os beneficiários e durante os últimos 4 anos de precarização do plano houve uma redução de 61% nos atendimentos na ouvidoria (2.690 atendimentos em 2019);
“Custos por beneficiário é alto, se comparado a outros planos de empresas estatais” – Completa má fé em comparar a saúde de trabalhadores de bancos com petroleiros pois o campo de atuação laboral é completamente diferente e insalubre. Na PETROBRAS está em R$ 8 mil por trabalhador, nos bancos está em R$ 3,6 mil (BB) e R$ 5 mil (Caixa), mas há planos em gestão de operadoras (FURNAS) em R$ 13,7 mil/trabalhador;
“Precisamos reduzir custos com a AMS, nossa missão é produzir petróleo” – Segundo nota da empresa aos acionistas, a economia gerada pela mudança no plano será, em 10 anos, de R$ 6,2 bilhões.
Uma empresa que se importa com seus trabalhadores mantém um benefício estruturado que é a AMS pois é um instrumento de atração e retenção de seus profissionais dando atendimento e mantendo a saúde de seus empregados e familiares garante mais segurança no futuro e funcionário trabalhando com a certeza de uma segurança para os imprevistos na vida.
Neste momento, não precisa de exigências patrimoniais da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). A mudança na gestão do plano para associação aumentará significativamente esses custos. Terá que atender e cumprir uma série de exigências legais, como auditorias externas e constituição de patrimônio próprio, mesmo sendo uma entidade de autogestão. A Petrobras terá que aportar, segundo estudos internos, algo em torno de R$2 a 4 bilhões, para constituir essa entidade.
A FUP e seus sindicatos continuarão na luta junto com os trabalhadores contra a privatização do plano preservando a AMS para todos os trabalhadores do sistema PETROBRAS pois é um plano que atende a saúde do petroleir@ e de seus familiares a preço barato que as demais empresas privadas no ramo.
Abaixo um demonstrativo: