Números foram relatados pela estatal em reuniões com a FUP e Ministério Público do Trabalho
A Transpetro, subsidiária da Petrobrás, tem atualmente confirmados 257 casos de Covid-19, resultado da expansão da variante Ômicron neste mês de janeiro. As maiores incidências da doença ocorrem nas unidades dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Amazonas e Espírito Santo. Porém, os números desagregados não foram informados. A Transpetro conta com cerca de 6 mil empregados próprios e 4 mil terceirizados em todo o país.
O “Balanço Covid-19” foi apresentado pela equipe de Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) da Transpetro em reunião nesta segunda-feira, 24, com representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados. O encontro com a Transpetro, realizado a pedido da FUP, ocorreu após um jejum de três meses.
Os dados de Covid 19 na Transpetro se somam aos da Petrobrás, que a cada dia atualiza para cima os números de contaminados pela doença. Na Petrobrás, já são cerca de 1,5 mil infectados confirmados entre os trabalhadores próprios. A informação foi apresentada pela estatal em reunião, também nesta segunda-feira, 24, entre representantes do Sindipetro do Norte Fluminense, Petrobrás e Ministério Público do Trabalho de Cabo Frio e Ministério do Trabalho do Rio de Janeiro.
A FUP e o Sindipetro-NF calculam que cerca de 3 mil trabalhadores terceirizados possam estar com a doença. Na semana passada, no dia 21, a Petrobrás reportava “mais de mil contaminados confirmados na empresa”, somente entre os trabalhadores efetivos, de cerca de 40 mil pessoas.
“Ficamos perplexos com a falta de transparência da Petrobrás. O Sindipetro-NF, junto ao Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho, solicitou diversas informações e a empresa não deu, como número de infectados em plataformas e quais as unidades que estão mais graves. Isso vem confirmando o que o sindicato tem denunciado desde o início da pandemia, que é o descaso da companhia com os trabalhadores.”, disse o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, que participou da reunião com a Petrobrás.
“O total de casos confirmados de Covid-19 na Transpetro também é muito elevado, revelando a explosão da doença”, avalia o diretor de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da FUP, Antonio Raimundo Teles, lembrando que na próxima quinta-feira, 27, os dirigentes sindicais terão reunião com o grupo de EOR da Petrobrás, quando novos números sobre contaminação por Covid-19 nas unidades da estatal deverão ser divulgados.
Desde o surgimento da Covid-19, em março de 2020, reuniões de acompanhamento da evolução da doença vinham sendo realizadas semanalmente, em conjunto com a Petrobrás e com a participação das lideranças sindicais da FUP. Em outubro do ano passado, no entanto, a rotina de encontros foi abolida unilateralmente pela Petrobrás. Com o advento da variante Ômicron, a FUP reivindica a retomada semanal dos encontros, em formato conjunto Petrobrás/Transpetro.
Emissão da CAT
Diante dos grandes números de contaminação por Covid-19 e da trágica realidade de 59 óbitos registrados nas unidades da Petrobrás desde o começo da pandemia, a Transpetro analisa a possibilidade de emissão da Comunicação de Acidente de Tdestarabalho (CAT) para trabalhadores diagnosticados com a doença contraída em ambiente de trabalho. “A questão está em discussão interna e no Jurídico da Transpetro”, informou o gerente setorial de remuneração, relações trabalhistas e sindicais da empresa, Felipe Pacheco Teixeira, durante a reunião com a FUP.