Após uma longa batalha, Homero Pontes finalmente ocupará a vaga dos trabalhadores no Conselho de Administração da Transpetro
Quando foi eleito para o Conselho de Administração da Transpetro, em fevereiro de 2020, o petroleiro Felipe Homero Pontes jamais pensou que enfrentaria uma via-crúcis para fazer valer os mais de 1.200 votos que recebeu dos trabalhadores nos dois turnos da eleição.
Passados mais de 20 meses após sua vitória nas urnas, ele, finalmente, terá a posse homologada nos próximos dias. Foi uma longa batalha que resultou em um acordo com o jurídico da Petrobrás, após denúncias encaminhadas por Homero ao presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, relatando as arbitrariedades cometidas pela antiga gestão na tentativa de impedir o seu ingresso no CA da Transpetro.
A FUP e seus sindicatos denunciaram as arbitrariedades da gestão da Transpetro de tentar impedir no tapetão a posse de um representante dos trabalhadores. “Por trás desta manobra está a intenção de afastar a categoria do principal fórum de decisão da empresa e, assim, os gestores ficarem livres para acelerar e intensificar o processo de desmonte e de privatização do Sistema Petrobrás. Mas, nós não vamos permitir esse descalabro. Daremos todo apoio e suporte a Homero para que os votos que recebeu da categoria sejam respeitados e sua posse garantida”, afirmou, na época, o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.
Esta não foi a primeira vez que conselheiros eleitos do Sistema Petrobrás enfrentaram a resistência da gestão para assumir a vaga dos trabalhadores nos Conselhos de Administração. Em 2018, a Petrobrás já havia tentado impedir a nomeação de Danilo Silva, que teve que brigar muito para assumir a cadeira no CA da empresa, após renúncia do então conselheiro eleito, Christian Alejandro Queipo. A direção da estatal também tentou embarreirar a posse de Fabiana dos Anjos no Conselho da Transpetro, eleita em agosto de 2017, mas que só teve a posse homologada no final de dezembro daquele ano, após pressão da FUP e dos seus sindicatos.
Homero já está organizando um calendário de conversas em formato de lives com aos trabalhadores para relatar tudo o que aconteceu e como ficará o seu mandato nos próximos anos. “Vamos explicar com toda a transparência como se deu esse processo, a importância de termos garantido o mandato que nos foi delegado pelos trabalhadores e o papel que a categoria terá na construção desse espaço coletivo”, afirma o conselheiro.