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Greve dos eletricitários agora é nacional, com adesão dos trabalhadores das subsidiárias da Eletrobras e da Chesf

Foto: Divulgação/FNU

A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) informou que os eletricitários de praticamente todas as subsidiárias da Eletrobras amanheceram em greve nesta segunda-feira (24), por tempo indeterminado. Trabalhadores da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) também decidiram em assembleia aderir ao movimento.

Em Furnas, a greve já entra em seu oitavo dia, depois que a direção da empresa intenciona aumentar de 10% para 40% a contribuição dos trabalhadores no plano de saúde. A decisão se baseia em uma liminar de processo de dissídio instaurado pela própria empresa no Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas os trabalhadores exigem que nada seja alterado até uma decisão final da Justiça.

Os trabalhadores da Eletronorte da base Brasília que iniciaram a paralisação nesta manhã (24/1), têm como objetivo, além de barrar alterações nos planos de saúde dos eletricitários, assegurar uma resposta ao pagamento da Participação nos Lucros e Resultados dos anos de 2017 (Eletronorte), 2018 e 2021 (ambas da Eletrobras), por isonomia salarial (7 steps Amazonas), por melhores condições de trabalho, contra as escalas abusivas, contra a diminuição do valor diárias de viagem e devido a ausência de testes de Covid na empresa.

Greve também é contra a privatização

O movimento também ocorre em razão do governo federal dar sua cartada final para tentar a privatização da Eletrobras ainda este ano. Mesmo com o processo em análise no Tribunal de Contas da União, onde a documentação das outorgas traz irregularidades e inconsistências nos números apresentados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Conselho Nacional de Políticas Energéticas (CNPE), a intenção do governo é publicar o edital de privatização no primeiro semestre de 2022. Para isso, vem pressionando o Tribunal de Contas da União (TCU) no sentido de aprovar o projeto ainda este ano e, dessa forma, assegurar que o processo de entrega das outorgas não se inicie no período eleitoral de 2022 e a privatização seja inviabilizada.

Para os dirigentes da CNU – Confederação Nacional dos Urbanitários, o governo vem se mobilizando de todas as formas para privatizar a Eletrobras, o que irá gerar impacto um grande impacto negativo na prestação dos serviços, com precarização e contas de luz mais caras, além de desemprego e perda da soberania energética do país.

Na última semana, o Conselho de Administração da holding lançou edital para Assembleia Geral Extraordinária (AGE) relativa à privatização da Eletrobras. Mas para a CNU a convocação fere o acórdão n.º 3176/2021 do TCU que deixa claro o seguinte texto:

“9. Acordam os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, em interromper a apreciação por pedido de vista formulado pelo Ministro Vital do Rêgo pelo prazo regimental e autorizar a continuação dos estudos, ficando a eficácia das medidas concretas e as assinaturas dos contratos de outorga, dependendo da apreciação do mérito do processo na deliberação que o Plenário fará quando do retorno do pedido de vista”.

Canal de Denúncias

Está aberto um canal de denúncias para os trabalhadores do setor elétrico em greve, caso sejam vítimas de constrangimentos, assédio moral ou qualquer tipo de pressão para inviabilizar a adesão à greve. Para acessar o canal, basta clicar no link https://salveaenergia.com.br/escuta-digital/.

A FNU e CNU estão apoiando o movimento dos(as) trabalhadores(as) e seus sindicatos que lideram a mobilização, assim como repudiam qualquer perseguição da empresa a um movimento legítimo.

A greve é um justo instrumento de pressão coletiva e é inadmissível que a direção da empresa e suas gerências, de forma autoritária e coercitiva, ameace os(as) trabalhadores(as) que aderem a luta em defesa de seus direitos.

A hora é de seguirmos unidos, solidários e no apoio ao movimento grevista.
Resistência na luta, até a vitória!

Da redação da FNU

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