A Petrobrás anunciou e vem implementando, desde 2016, sua decisão de vender metade do seu parque de refino nacional para concentrar-se apenas nas refinarias localizadas na região Sudeste.
Nas refinarias remanescentes, que a princípio ainda continuarão pertencendo à empresa, nota-se um processo de redução de investimentos e uma crescente incerteza quanto à manutenção da produção de alguns importantes derivados de petróleo.
É nesse contexto que se insere a ameaça, por parte da gestão da Petrobrás, de hibernar 5 unidades de produção da Planta de Lubrificantes na Refinaria Duque de Caxias (REDUC).
Frente ao risco iminente desta decisão ser consumada, o Sindipetro Caxias demandou ao DIEESE a elaboração de um conjunto de notas visando subsidiar sua avaliação sobre a decisão de fechar as unidades de lubrificantes da REDUC, bem como sobre suas possíveis implicações.
Nesse documento ressalta-se que, apesar de o início da pandemia de COVID-19 ter impactado significativamente o setor de petróleo e gás no mundo, a Petrobrás pôde avançar operacionalmente e chegou mesmo a registrar lucro líquido, na contramão da maioria das petroleiras do mundo.
Observa-se também que a produção nacional de derivados de petróleo, entre eles lubrificantes, favorece a balança comercial, possibilita a estabilidade da oferta e dos preços, gera empregos e receitas tributárias.
Em se tratando especificamente das plantas de lubrificantes da REDUC, chama atenção a contradição de planos estratégicos divulgados pela Petrobrás. Em alguns momentos, sinaliza a parada de produção de lubrificantes, mas em outros momentos, como relata nos formulários FORM-20 divulgados em 2019 e 2020, afirma a realização de investimentos e novos projetos em andamento no COMPERJ e na REDUC, justamente no setor de lubrificantes.
Toda a sociedade brasileira perde com as decisões estratégicas equivocadas adotadas recentemente pela Petrobrás, principalmente em relação a venda de ativos e perdendo a capacidade de ser uma empresa integrada de energia. Estamos vivenciando a execução de um projeto que reduz a importância da Petrobrás, empresa estatal, para o desenvolvimento nacional.
Para a sustentabilidade da própria empresa, tal decisão coloca-a em situação de vulnerabilidade em relação à instabilidade geopolítica e a variação dos preços do petróleo.
Por isso, ser uma empresa de energia, integrada entre a produção de petróleo, refino e comercialização de derivados é importante para minimizar os efeitos destas instabilidades típicas deste setor, caminho trilhado por outras grandes petroleiras mundiais.
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