Texto por Yanny Chrystyan – uma jornalista preta
Dia 25 de julho comemoramos o dia da Mulher Negra latino-americana e caribenha. A data celebra a historia de resistência de Tereza de Benguela, líder do Quilombo Quariterê e articuladora da luta pela liberdade do povo escravizado. Benguela foi responsável pela organização econômica e política do Quilombo localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia por 20 anos.
Julho é reservado no calendário para reverenciarmos a história da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha em toda sua potência e genialidade. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, ano em que aconteceu o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana. Neste dia unimos força para apontar e combater o racismo e machismo, fruto do passado escravagista brasileiro. Só a luta da classe trabalhadora unida pode derrotar a violência contra as mulheres negras. Queremos um mundo sem subjugação de gênero e raça.
Viva Tereza de Benguela, Dandara dos Palmares, Luisa Mahin, Marielle Franco, Carolina de Jesus, Tia Ciata, Leila Gonzales e muitas outras!
Racismo, machismo, luta e resistência
Nós, mulheres pretas somos diariamente vítimas de subjugação, reflexo da construção social do Brasil moldada pelo machismo, pelo racismo e pela escravidão dos povos negros e indígenas. Hoje, a lista de violências contra nós além de ser grande, ainda é proporcionalmente maior. Sofremos violência psicológica, sexual, física, obstétrica e financeira. Em 2023, mulheres negras representam 62% das vítimas de feminicídio no Brasil, segundo a Anistia Internacional. A violência também física é mais frequente e mais severa contra as mulheres negras. Um levantamento do Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública do mostra que 45% das mulheres negras afirmam que já sofreram alguma violência agressão ao longo da vida, 6,3% já foram vítimas violência física severa e 6,2% já foram amaçadas com facas ou armas de fogo.
Vamos lutar!
No dia 30 de julho acontece a Marcha das Mulheres Negras 2023, às 10h, em Copacabana (posto 4). O Sindipetro estará presente e convoca todas e todos para debater sobre os temas pautados pelas organizadoras: O combate à fome e às violências contra a juventude negra, o acesso à moradia e ao trabalho.
PETROLEIRA: Quer denunciar racismo, machismo ou assédio nas bases da REDUC, UTE e TECAM? Envie e-mail para mulheres@sindipetrocaxias.org.br ou entre em contato com o Departamento de Comunicação do Sindicato no WhatsApp (21) 99663-9953.
*Foto: Jucimary Aguiar Muniz dos Santos,
46 anos, é funcionária do Sindipetro Caxias e atua com serviços gerais.