A Petrobrás divulgou um novo protocolo para dar celeridade e encaminhamento às denúncias de assédio sexual e moral contra as trabalhadoras da companhia, e promover uma rede de proteção às denunciantes. A conquista anunciada em abril é fruto da pressão das petroleiras da FUP, FNP e seus Sindicatos, que participaram do GT Assédio. A junta foi instalada também em abril, após os escândalos de assédio moral e sexual na empresa tomarem conta dos noticiários do país, especialmente o caso do Cenpes.
O procedimento anunciado foi dividido em quatro pilares: estratégia, prevenção, acolhimento e denúncia. Outra mudança no cuidado de casos de assédio e importunação sexual foi feita no prazo da conclusão da apuração de denúncias que passou de 180 para 60 dias.
OS PILARES DO NOVO PROTOCOLO
ESTRATÉGIA: a empresa vai criar um programa estruturado com metas que serão desdobradas para todas as gerências executivas.
PREVENÇÃO: será constituída de várias ações de comunicação, com estratégias diferentes e para públicos diferentes. Existirão cursos obrigatórios e rodas de conversas femininas, masculinas e mistas. A participação dos sindicatos está prevista nos pilares prevenção e acolhimento.
ACOLHIMENTO: existirá um canal composto por uma equipe de mulheres e um teleatendimento com uma psicóloga do Hospital Albert Einstein. Essa equipe poderá demandar medidas educativas e medidas de maior prevenção, assim como poderá fazer a mediação de conflito, chegando a orientar a vítima para a realização de denúncia.
DENÚNCIA: este pilar vai unificar apuração e investigação em uma única gerência. E agora, nas entrevistas com as vítimas serão conduzidas exclusivamente por outras mulheres.
Segundo a dirigente do Sindipetro-RJ e da FNP, Natália Russo ainda existem elementos preocupantes que vão demandar o nosso acompanhamento. “O processo de acolhimento também pode incorrer em uma nova violência se não for realizado por equipe especializada e bem capacitada, com empatia. Nós registramos essa preocupação para a empresa”, conclui a petroleira.