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PDV na pandemia é mais uma irresponsabilidade da gestão da Petrobrás

A gestão da Petrobrás insiste em reduzir a empresa, em um cenário econômico que aponta que só as grandes petrolíferas irão sobreviver às crises do petróleo. Em plena pandemia, Castello Branco anuncia o quarto programa de desligamento de trabalhadores da sua gestão.

Com o Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI), que acabou de lançar, e os outros três PDVs em andamento desde o ano passado, a Petrobrás pretende fechar 4 mil postos de trabalho, o que significa reduzir em quase 10% os efetivos atuais. Em cinco anos, a empresa já abriu mão de 17.590 profissionais que aderiram aos planos de desligamentos anteriores, a maioria deles de áreas operacionais, cujas vagas nunca foram repostas.

“No momento em que os brasileiros se mobilizam para ajudar uns aos outros e tentar minimizar os efeitos da pandemia do coronavírus, é um desrespeito com a sociedade a Petrobrás despender vultosos recursos para reduzir ainda mais a empresa”, critica o coordenador da FUP, José Maria Rangel.

“A Petrobrás poderia doar combustíveis para ambulâncias, subsidiar o preço do gás de cozinha para famílias carentes, fazer mutirões para doação de cestas básicas, mas a atual gestão segue na contramão da responsabilidade social”, lamenta.

Com quatro planos de desligamento em curso, a gestão Castello Branco aponta para o tamanho que pretende dar à Petrobrás no médio e longo prazos, que “é um tamanho de irrelevância dentre as grandes operadoras do mundo”, como ressalta José Maria Rangel.

A Petrobrás, que em 2014 atuava de forma integrada, com mais de 80 mil empregados próprios em todo o Sistema, hoje conta com menos de 57 mil e deve fechar o ano com um quadro ainda mais enxuto. Reflexos de uma política de desintegração, que levou a empresa a abandonar setores estratégicos, a entregar para a concorrência redes de gasodutos, distribuidoras de derivados, a desativar unidades de produção, a querer privatizar refinarias, terminais e outras plantas, concentrando-se na produção e exportação do pré-sal.  

“Com o petróleo no patamar de 30 dólares, que é a estimativa para a média do valor do barril neste e no próximo ano, empresas de pequeno e médio portes terão dificuldades de sobreviver. E é este o caminho que a gestão está apontando para a Petrobrás”, afirma o coordenador da FUP.

Ele também chama a atenção para a perda de inteligência, já que a empresa está abrindo mão de toda uma geração de trabalhadores que contribuiu e participou dos principais marcos da companhia, como o desenvolvimento da Bacia de Campos e a descoberta e operacionalização do pré-sal.

Outra consequência imediata é o aumento dos riscos de acidentes, que se multiplicaram com os efetivos cada vez mais reduzidos. Os petroleiros, que já estão trabalhando em condições extremamente inseguras, com regimes e jornadas desrespeitados, serão ainda mais penalizados.

A FUP e seus sindicatos há tempos alertam para a iminência de um grande acidente ampliado no Sistema Petrobrás, se a gestão continuar tapando os olhos para os riscos. Mas, em vez de repor efetivos, a empresa reduz ainda mais os quadros, transformando as unidades em bombas relógio.

[FUP]

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