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Sem diálogo social, gestão da Petrobrás ignora sindicatos durante a pandemia

Em reunião dia 08 com representantes da Petrobrás que integram o grupo de Estrutura Organizacional de Resposta (EOR), que monitora o avanço da Covid-19 na empresa, a FUP tornou a cobrar participação dos sindicatos nos comitês nacional e regionais que discutem ações de gestão durante a pandemia.

Foi a segunda reunião virtual que integrantes do EOR realizaram com a FUP, onde, mais uma vez, a Petrobrás apenas relata fatos consumados, sem garantir espaço negocial para as representações sindicais. Os questionamento feitos pela entidades continuam sendo ignorados, enquanto os gestores impõem medidas arbitrárias, que aumentam ainda mais a vulnerabilidade dos trabalhadores durante a pandemia.

É o caso, por exemplo, da alteração do sistema de cobrança da AMS dos aposentados e pensionistas, da desimplantação dos trabalhadores de regimes especiais (turneiros de terra, embarcados e sobreaviso), da redução de jornadas e salários do pessoal de regime administrativo, entre outras imposições. Medidas que, além de ilegais, foram todas decididas, sem negociação coletiva, cujos critérios a empresa sequer soube explicar.

Subnotificações

A subnotificação dos casos de Covid-19 entre os trabalhadores próprios e terceirizados no Sistema Petrobrás aumenta a cada semana. Os petroleiros não estão sendo devidamente testados, como a FUP e os sindicatos cobram desde o início da pandemia. Na contramão da responsabilidade social, a empresa continua ignorando as condições precárias de trabalho dos terceirizados, cuja exposição à contaminação pelo coronavírus é ainda maior.

Segundo a Petrobrás, 5.500 trabalhadores próprios estão em regime de home office, o que representa cerca de 10% dos atuais efetivos da empresa. Os gestores que integram o EOR, no entanto, informaram que os índices de ocupação das unidades estão hoje em torno de 12% nos prédios administrativos, 57% nas plataformas e 58% nas refinarias.

Principais cobranças da FUP:

> Que ações de proteção contra a pandemia sejam estendidas a todos os trabalhadores da Petrobrás, próprios e terceirizados

> Quarentena para todos os trabalhadores que tenham tido contato com pessoas suspeitas de contaminação, cujos testes estejam em andamento

> Manter um plantão médico para avaliações sistemáticas de todos os trabalhadores, com medições constantes de temperatura e realização de anamneses

> Reduzir as equipes de manutenção ao máximo, para atender exclusivamente necessidades emergenciais

> Fornecimento de máscaras para todos trabalhadores e uso obrigatório durante o transporte

> Suspensão da implantação de boleto bancário para cobrança da AMS dos aposentados e pensionistas

> Garantia dos empregos e remuneração dos trabalhadores de unidades que venham a ser hibernadas ou paralisadas durante a pandemia

[FUP]

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