O Sindipetro Caxias junto com a conselheira administrativa eleita da Petrobrás, Rosangela Buzanelli, tem travado uma luta no conselho por melhorias na segurança do trabalho de petroleiros e petroleiras de todo o Brasil. O incêndio ocorrido na U-1210 da Refinaria Duque de Caxias em junho deste ano evidenciou o descaso gerencial no controle de integridade dos equipamentos industriais e a total ignorância sobre a necessidade de melhorias, especialmente as ergonômicas, nas unidades operacionais.
As válvulas acionadas por corrente são usadas nas unidades de processo como forma de economizar no projeto que, em vez de contemplar a instalação de plataformas ergonômicas de fácil acesso para os operadores, mantém as válvulas com atuação manual em alturas inalcançáveis, tendo que prolongar o acionamento destas por meio de correntes. Isso significa que os técnicos e técnicas de operação, para abrir ou fechar válvulas de grande diâmetro, são por muitas vezes obrigados a se pendurar e virarem verdadeiros “operadores-Tarzan” para atuar nas unidades de processo da refinaria. Além da questão ergonômica, o aumento do tempo de resposta que essa situação traz em uma emergência pode significar um agravamento importante da situação. Foi o que ocorreu na unidade de destilação da REDUC no meio do ano.
Os técnicos de operação para cessar o fluxo que alimentava o incêndio precisavam fechar uma válvula de 16” com acionamento por corrente e a princípio não conseguiram por problemas no equipamento. Essa válvula situava-se a mais de 3 metros de altura e, como não havia acesso, improvisaram com uma escada que foi segurada por 2 trabalhadores que ali estavam no momento. Uma cena lamentável provocada pela má gestão da companhia lançando trabalhadores à própria sorte, tendo que improvisar ferramentas em meio à uma emergência que poderia ser fatal.
O baixo efetivo na unidade (apenas 2 na área) contribui com a dificuldade de combate ao fogo no sentido em que dificulta a execução das manobras necessárias à contenção da emergência, parada da unidade e combate ao fogo, e essa é uma situação comum em todos os setores da Refinaria. A reposição do efetivo via concurso público tem sido uma das nossas principais bandeiras de luta, apesar da conjuntura política desfavorável. A gestão Castello Branco alinhada à política privatista de Bolsonaro e Paulo Guedes quer precarizar cada vez mais o Sistema Petrobrás reduzindo investimentos em manutenção e melhorias com o objetivo principal de vender tudo o que for possível.
Mas essa política não é de hoje. Para nós petroleiros e petroleiras essa política nefasta leva ao aumento da quantidade e gravidade de acidentes.
Nosso compromisso é com a vida! A Petrobrás precisa recompor efetivo, contratar pessoal, aumentar o investimento em integridade de equipamentos e melhorias para que os trabalhadores e trabalhadoras possam exercer as suas atividades sem arriscar as suas vidas!