O Sindipetro Caxias verificou que os trabalhadores do turno, por vezes, trabalham 24 horas seguidas – o dobro das 12 horas por turno determinadas pelo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), fechado com a Petrobrás em setembro de 2020 –, devido à falta de profissionais para a rendição. Além disso, a REDUC tem operado com efetivo abaixo do número mínimo de empregados necessário à segurança das unidades industriais.
Mesmo sem acordo prévio com o sindicato, a gestão da Petrobrás impôs um novo modelo de atuação, reduzindo o contingente de mão de obra. O padrão, denominado Organizações e Métodos (O&M), foi implementado em junho de 2017, sob a alegação de que o número mínimo de trabalhadores em cada unidade operacional estaria superdimensionado e a refinaria teria tecnologia que “supre a presença humana”.
Os setores mais atingidos pelo baixo efetivo são os de combustível (CB), Transferência, Estocagem e Utilidades (TEU), Lubrificantes e Parafinas (LP), Saúde Ocupacional (SMS/SO) e Segurança Industrial (SMS/SI).
O fato é que, desde que o O&M foi implantado, aumentaram as emergências operacionais. Além do baixo efetivo, o Sindipetro Caxias aponta a precarização da mão de obra qualificada.
Luciano afirma que se tornou prática da gestão da empresa acobertar acidentes, que somente são conhecidos por denúncias anônimas dos trabalhadores ao sindicato. “A insegurança é resultado da cultura de maximização do lucro aplicada pela atual gestão da Petrobrás, com reduções de investimentos na manutenção e no efetivo da companhia, acabando com a mão de obra qualificada em importantes setores das fábricas, como nas áreas operacionais, de manutenção e de apoio. A saúde e a vida dos trabalhadores estão em jogo, e o sindicato permanecerá denunciando e mobilizando a categoria por mais segurança no chão de fábrica”.
A redução do efetivo e suas consequências para a segurança da refinaria e dos trabalhadores são objeto de ações judiciais movidas pelo Sindipetro Caxias.
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