Hoje, quinta-feira, 24/08, às 16, na Candelária.
Apenas entre os dias 28/07 a 04/08, foram 45 mortos em operações policiais em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, deixando um rastro de sangue do povo negro, nas comunidades pobres desses estados.
Na periferia de Guarujá, Baixada Santista, a polícia de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo assassinou 16 pessoas, numa suposta operação desencadeada pela morte de um policial militar, uma verdadeira operação de extermínio. Tudo isso num contexto em que, segundo dados da própria Secretaria de Segurança Pública de São, houve o aumento de 26% da letalidade da polícia paulista.
No Rio de Janeiro, em 02 de agosto, a polícia de Cláudio Castro, matou 10 pessoas numa operação conjunta do BOPE e CORE, no Complexo da Penha. Além das mortes, 16 escolas foram fechadas, deixando cerca de 3.200 alunos sem aulas. É importante lembrar que em 2022, uma operação do BOPE com a PRF deixou 25 mortos na Vila Cruzeiro, que faz parte do Complexo da Penha.
No dia 06/08 o menino Thiago, de 13 anos, foi morto pela polícia com 05 tiros na Cidade de Deus. Na manhã de 07/08, a polícia matou um adolescente de 17 anos no Morro do Dendê. Testemunhas afirmam que o adolescente já tinha se rendido e foi executado pela polícia. No mesmo dia, durante uma repressão brutal a uma manifestação, realizada pela população contra a morte do adolescente, a polícia disparou tiros que atingiram e mataram uma menina de apenas 05 anos.
No mesmo período de 28/07 a 04/08, a polícia de Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia matou 19 pessoas. Para se ter uma ideia, a política da Bahia é a que mais mata em toda a região Nordeste, em 2022 foram 1464 mortes pelas mãos da polícia, 22% do total no país. E desses mortos pela polícia baiana, 98% são negros.
Já no que diz respeito ao encarceramento, o Brasil é a terceira maior população carcerária do mundo, perdendo apenas para Estado Unidos e China. Em 2002 a população carcerária era de cerca de 232 mil, no final de 2022 já era de 909 mil, sendo que 44,5% dos presos nunca foram julgados. A explosão da população carcerária teve uma base fundamental na lei antidrogas de 2006, que deixa na mão do juiz fazer uma avaliação subjetiva, para diferenciar quem é usuário e quem é traficante. É a lei que permite que o traficante branco, da classe média ou da burguesia seja classificado como usuário e que o usuário preto e pobre da favela, seja classificado como traficante. Em 2005, 58,4% da população carcerária era negra, em 2022, subiu para 68,2%.
A política de segurança pública brasileira é baseada no genocídio e encarceramento da população pobre e negra, impondo um regime de exceção nas periferia das grandes cidades. E a população pobre e negra tem protagonizado muita luta e resistência contra o massacre imposto pelo estado, a serviço da classe dominante. É necessário unificar luta contra as opressões racista, machista e LGBTfóbica com as demais lutas da classe trabalhadora. A luta contra as opressões é uma luta da classe trabalhada e a luta contra as chacinas policiais é uma luta contra o extermínio dos setores mais explorados da nossa classe!
Chega de extermínio da população pobre e negra!
Pela de desmilitarização da PM!
Basta de guerra às drogas! Ela só mata pretos e pobres!
Todos às ruas!
Ato na Candelária, quinta, 24/08, 16h.