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SPIE REDUC: Sindicato participa de Reunião da COMCER

A direção do Sindipetro Caxias esteve presente à 106ª Reunião Ordinária da Comissão Certificadora do SPIE a fim de apresentar o posicionamento do Sindicato quanto aos Acidentes Ampliados da REDUC referentes à projeção do TQ-450051 sobre um “pipe-rack” e ao acidente com óbito do petroleiro contratado da empresa C3, José Arnaldo, ao adentrar o V-450007, ocorridos em 20 de janeiro e 19 de fevereiro deste ano, ambos na U-4500. Estes eventos acarretaram na aplicação de Suspensão Cautelar ao Certificado de SPIE da REDUC pela Comissão.

Os diretores presentes apresentaram aos membros da comissão tripartite um breve relato sobre estes acidentes e expuseram um problema crônico de efetivo próprio, principalmente das áreas de manutenção, SMS e operação, além da baixa capacitação do efetivo terceirizado, vítima da precarização ocasionada por esta forma de contratação.

Questões como a mudança de THM no regime de turno para aumentar a disponibilidade de tempo do corpo operacional, horários deslocados do SPIE para redução de horas extras, acúmulos de função dos empregados envolvidos nas paradas, incluindo funções de liberação de equipamentos e coordenação, período de capacitação do corpo tecnólogo operacional recém chegado insuficiente, embora os mesmos já contem para o número mínimo da unidade, inclusive dando apoio à parada, foram alguns dos aspectos utilizados como evidência da gravidade do problema exposto nesta reunião.

Ainda, a direção presente trouxe a reflexão acerca do caráter das paradas de manutenção, tratadas como eventos extraordinários, embora a REDUC conte com um parque com mais de 60 unidades de processos ou utilidades. Assim, a REDUC deveria mensurar seu corpo técnico de modo a conseguir suprir o planejamento plurianual de paradas efetuado pela Cia, ao invés de, como tem praticado, impor prazos inexequíveis diante do efetivo disponível, tacitamente pressionando o corpo técnico envolvido nas entregas da unidades a trabalhar de forma precária.

Por fim, concluiu que todo esse cenário viola um princípio básico do SPIE, que é a independência do serviço próprio de inspeção de equipamentos. Manutenções oriundas de recomendações de inspeção atrasadas ou mal executadas, impossibilidade de liberações de trechos e equipamentos para inspeção, ausência de um programa de substituição das obsolescências críticas da Refinaria, bem como a precarização da mão-de-obra resultante das políticas privatistas e de terceirização das atividades praticada nos últimos anos tornam o SPIE da REDUC refém de um processo de precarização das condições de trabalho. A direção do Sindipetro Caxias defende o SPIE da REDUC, reconhece a capacidade de seu corpo técnico, bem como do nosso corpo operacional, de manutenção, SMS e demais áreas, mas vem reivindicando que este corpo tenha autonomia e valorização profissional e trabalhe em condições adequadas conforme pregam as portarias e normas que envolvem o tema. A Petrobrás ainda quer a permanência do trabalho do SPIE?