Uma explosão por volta do meio dia da quarta-feira (12), na Unidade 38 (linha de H2) da Refinaria Landulpho Alves, localizada no Recôncavo baiano, fez voar pelos ares andaimes, tubulações, válvulas, e isolamentos térmicos. “O deslocamento de ar foi gigantesco, o barulho e o silêncio, logo em seguida, ensurdecedores” relata um trabalhador que estava a cerca de 30 metros do local do acidente. Felizmente não houve vítimas, mas o cenário poderia ter sido de muitas mortes se o acidente tivesse acontecido fora do horário de almoço.
Representantes do Sindipetro Bahia e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) já entraram em contato com a gerência da RLAM para acompanhar as investigações sobre a causa da explosão.
A refinaria está em parada de manutenção e já vem operando desde 2017 com um reduzido efetivo operacional em consequência da decisão da Petrobrás de implantar o O&M (Organização e Método). Apesar da luta do Sindipetro e FUP, inclusive através da justiça e do Ministério Público do Trabalho, para evitar a implantação do método, que hoje já leva a graves consequências como a existência de turmas de trabalho sem nenhum operador, obrigando os trabalhadores a abrir mão de suas folgas para cobrir esses espaços vazios e garantir que a planta continue operando.
Para o Coordenador Geral da FUP, Deyvid Bacelar, que também é funcionário da RLAM “além da redução do efetivo, a refinaria, assim como outras unidades da Petrobrás na Bahia, estão sendo sucateadas e seus valores depreciados para serem privatizadas como está acontecendo com a própria refinaria baiana, que está sendo vendida ao fundo de investimento Mubadala por US$ 1,65 bilhão, quando estudos estimam que a Rlam esteja avaliada entre 3,12 bilhões e 4 bilhões de dólares, valor similar que havia sido definido anteriormente pela própria Petrobrás”. O coordenador solicita aos trabalhadores que tiverem mais informações sobre o acidente que entrem em contato com a FUP.
Assédio moral e pressão
Apesar do ocorrido e da tensão entre os trabalhadores após a explosão, o Sindipetro Bahia foi informado que o Gerente Geral (GG) da Rlam, no lugar de acalmar os funcionários, gritou, deu bronca e minimizou o acidente. O Sindipetro vem alertando para os riscos e a tensão que rondam a Rlam, agravados pela insegurança em consequência da venda da refinaria e da exposição dos trabalhadores ao covid- 19. Portanto, qualquer acidente mais grave que vier a ocorrer, a responsabilidade é do GG da Rlam e da direção da Petrobrás, que não tomam providências para sanar os problemas e seguem deixando os seus funcionários na linha de risco.