Considerada umas das áreas de produção de petróleo mais promissoras do país e um dos principais alvos de investimento da Petrobrás no setor de exploração, a Margem Equatorial Brasileira será pauta de uma audiência pública nesta quarta-feira (23/11), às 10h, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Representantes do governo federal, Petrobrás, entidade ambiental e categoria petroleira, junto com a sociedade, vão debater a exploração e produção de petróleo e gás natural nessa área e as implicações sociais, econômicas e ambientais para as regiões Norte e Nordeste do país.
A audiência foi proposta pela deputada federal Vivi Reis (PSOL/PA), diante do anúncio feito pela Petrobrás de iniciar ainda neste ano a campanha exploratória da Margem Equatorial, faixa da costa litorânea que vai desde o Estado do Amapá, passando pelo Pará, Maranhão, Piauí, Ceará até o Rio Grande do Norte. O Plano Estratégico 2022-2026 da estatal prevê investimento de US$ 2 bilhões na exploração de 14 poços já identificados nessa área.
A Petrobrás aguarda somente a licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para começar a primeira perfuração na Margem Equatorial, na Bacia do Foz do Amazonas. “Obtidas as autorizações, terão início as atividades para a descoberta de acumulação economicamente viável de óleo e gás. Para tanto, a Petrobrás deverá obter dados diretos, de poços exploratórios, e indiretos, como aquisições sísmicas, de modo a avaliar o potencial do projeto”, afirma a deputada.
Novo Pré-Sal
As reservas da Margem Equatorial são estratégicas para a Petrobrás e consideradas uma importante fronteira exploratória em águas profundas e ultraprofundas. A estimativa de produção nessa área é de 20 a 30 bilhões de barris de petróleo, o equivalente à metade do volume do pré-sal. “Essa região já vem sendo chamada de Novo Pré-Sal e tem potencial para se tornar a segunda maior reserva petrolífera do país. Por isso, é fundamental conhecer e discutir as possíveis ameaças socioambientais desse projeto, lembrando que existem comunidades indígenas, de quilombolas e ribeirinhas que ali habitam e podem ser impactadas”, destaca Bruno Terribas, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá (Sindipetro – PA/AM/MA/AP).
O petroleiro é um dos convidados para a audiência pública, ao lado de representantes do Ministério de Minas e Energia – do atual governo e da equipe de transição do presidente eleito Lula -, Petrobrás, Greenpeace, Ibama e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
Alessandra Campos
Assessora de Imprensa/Observatório Social do Petróleo
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