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Unidade contra as privatizações e em defesa da soberania nacional

Inúmeras lideranças se manifestaram no lançamento da Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania Nacional, na manhã de quarta-feira (4), em ato realizado em Brasília, com participação de petroleiros da FUP e de seus sindicatos. 

“Foi necessário o surgimento de um governo neofascista para implantar o neoliberalismo”, pontuou a ex-presidente Dilma Rousseff. “Neste país, infelizmente, a social-democracia virou golpista (referência ao que foi o PSDB). Uma parte dela pelo menos. A outra a gente convida para todas as nossas frentes, que devem ser ecumênicas e receber todos os que se interessam pela sobrevivência do nosso país”, disse. Ela afirmou que as estatais não estão sendo privatizadas. “A Petrobras não será privatizada, será desnacionalizada.”

A ex-presidente Dilma, além de discursar contra as privatizações de estatais como Petrobras, saiu em defesa da floresta amazônica, essencial à manutenção da soberania nacional. “Quem nunca viu aquilo não entende a grandeza do nosso país”, afirmou a petista.

Antes de inicial sua fala, Fernando Haddad leu uma carta do ex-presidente Lula na qual o ex-presidente critica o fato de o governo Bolsonaro estar entregando as riquezas brasileiras a outros países. “Bolsonaro entregou a política externa para os Estados Unidos, “Quem vai ocupar o espaço dos bancos públicos, da previdência? Quem vai fornecer ciência e tecnologia que o Brasil pode criar? Serão empresas de outros países que já estão tomando nosso mercado”, diz trecho da mensagem de Lula destacada por Haddad.

Coube ao coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stedile a apresentação dos propósitos do movimento. “Havia vários fóruns nacionais tratando de temas específicos, (como) as frentes Brasil Popular e Povo sem medo, o pessoal da educação, mas não tínhamos espaço coletivo unitário  para erguer a bandeira do Brasil e retomar a luta da soberania nacional”, explicou.

Segundo Stedile, “nunca antes  na história do Brasil o povo sofreu tantos ataques à sua soberania, sobre seus territórios, suas riquezas, sobre tudo o que construímos em 500 anos”.  Com esse objetivo de unificar movimentos pela soberania, foi instituído um comitê unitário nacional formado pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, centrais sindicais, partidos políticos, igrejas, movimentos ambientalistas e outros.

O ex-senador Roberto Requião e o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, convidaram a todos os partidos, movimentos e a sociedade em geral a participar do movimento. “A frente pela soberania deve compor todos os partidos e tendências, mas se caracteriza por se opor à austeridade fiscal, ao neoliberalismo que toma conta da estrutura econômica do Brasil. ‘Não se pode servir ao povo e ao dinheiro’”, disse Requião, citando passagem de Mateus, do Novo Testamento.

“Todos aqueles que são pela democracia, pela soberania nacional, não necessariamente têm que comungar com nossas ideias socialistas. A soberania não é uma pauta só dos trabalhadores e da esquerda, é uma pauta dos brasileiros e brasileiras”, disse Vagner, vestindo uniforme dos petroleiros.

O dirigente defendeu a luta pelas estatais e convidou a participar do movimento os industriais preocupados com o desenvolvimento, empresários do agronegócio e “todos os que entendem que (os brasileiros) não nasceram para ser cidadãos de segunda classe”.

Eliminado o autoritarismo, objetivo final da frente, continuou Requião, “a multidão de partidos e tendências” deverá fazer as propostas à sociedade para que o povo escolha, “por decisão eleitoral ou plebiscitária”, qual o modelo político, econômico e social deseja.

O ex-senador paranaense defendeu também que “as barbaridades cometidas por este congresso e pelo governo” sejam objeto de referendo revogatório. Para participar da frente, os partidos “devem abrir mão de suas propostas específicas”. “Mas se após a derrota do autoritarismo não tivermos partidos estruturados com propostas claras para o município, o estado e a Nação, para a politica externa, iremos fracassar”, afirmou.

A deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o ato desta quarta “é um grito para o Brasil, para a gente acordar e lutar”. Ela chamou a atenção para um setor ausente do movimento lançado em Brasília: “Sinto muita falta da representação das forças armadas num ato como esse. Elas foram formadas para defender o Brasil e sua soberania. Dói alguns generais servirem a um governo de entrega. Temos que sensibilizar cada vez mais setores do país”.

Ex-candidato à presidência da República pelo Psol, Guilherme Boulos disse que os brasileiros vivem hoje “um momento de destruição nacional, de um governo em guerra contra o Brasil e contra o povo brasileiro”. “Todos os dias eles fazem um ataque novo e nesse ritmo eles tentam paralisar a nossa reação.” Ele destacou a ironia de os campos do pré-sal estarem sendo comprados por uma estatal norueguesa (Statoil ) e estatais chinesas “de olho” na Eletrobrás. “É só aqui que uma estatal não pode e não vale”, disse.

Povos da floresta

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) disse que “os pilares da nação significam terra, nação e povo”. “Precisamos da soberania popular. Daqui precisamos mandar uma saudação aos povos da floresta, que arde em labaredas e coloca em risco a vida dos povos tradicionais, indígenas e quilombolas”, acrescentou. “Não podemos entregar de mão beijada a Petrobras, os Correios, o sistema Eletrobrás, a Casa da Moeda. Todas as empresas estratégicas brasileiras são nossas.”

O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, representando o PSB, declarou: “É muito importante que a gente perceba que a luta pela soberania é a mãe de todas as lutas”.

Plenária da CUT organizará agenda de lutas

Nesta quinta-feira (05), a brigada petroleira continua em Brasília para a Plenária Sindical Nacional que a CUT realizará contra as privatizações.  O evento será ao longo do dia, no Sindicato dos Bancários. O objetivo é organizar ações articuladas entre os sindicatos filiados, representantes dos trabalhadores e trabalhadoras das empresas públicas que estão sendo desmontadas para serem privatizadas, em defesa das empresas e dos empregos. “Precisamos preparar a resistência sindical a essa tentativa de destruição do Brasil. É fundamental a construção de uma luta unitária nesse sentido”, explica o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre.

[FUP, com informações da Rede Brasil Atual]

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