Em vistoria na vila das empreiteiras junto do MTE, sindicato constata que reforma não resolveu os problemas

Sindicato realiza seminário jurídico
março 27, 2023
Sindipetro Caxias participa de reunião com Ministro Geraldo Alckmin
março 27, 2023

Em vistoria na vila das empreiteiras junto do MTE, sindicato constata que reforma não resolveu os problemas

O estado de conservação do local continua não proporcionando a dignidade que o trabalhador merece

Na tarde desta segunda-feira, dia 20, o Sindicato dos Petroleiros de Caxias, o SITICOMMM e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estiveram juntos, acompanhados pela gestão da Petrobrás e prepostos das empresas prestadoras de serviço, em visita à Vila das Empreiteiras para avaliar estas condições de trabalho e vivência no local.

A visita começou com uma explanação sobre a estrutura e funcionamento do espaço. Foi colocado que, por força contratual, é responsabilidade das empresas contratadas a reforma das instalações, cabendo à fiscalização da Petrobrás acompanhar esse cumprimento. Os Sindicatos ponderaram que a reforma, quando ocorre, somente restabelece a condição original das instalações, que não atendem requisitos básicos de acondicionamento.
Ainda, colocaram as condições mais críticas da Vila que são:

  • O estado de conservação geral;
  • A drenagem da região que, em dias de chuvas mais fortes, causa dificuldade de acesso a determinados canteiros em função de inundações. Condição mais ou menos crítica a depender da dragagem das canaletas e da instabilidade das instalações elétricas da região, onde estão alimentandas as bombas de drenagem. Vale lembrar que a Vila está em um nível abaixo da cota da refinaria;
  • Empresas com contratos de maior permanência na REDUC tendem a fazer mais investimentos, enquanto aquelas com contratos menores, como de parada, tendem a tratar o espaço com mais descaso. Infelizmente, porém, apesar da disparidade nos investimentos, a situação do melhor dos canteiros ainda é longe do ideal para abrigo dos/as trabalhadores/as, independente do tamanho do contrato.

Foram visitados canteiros das empresas Rizoma, C3 Engenharia, Manserv, Herbert, entre outras. A situação geral constatada foi de que as instalações na Vila das Empreiteiras encontram-se muito precárias. Foram encontrados problemas elétricos, instalações muito abaixo do padrão, boilers e caixas d’águas defeituosos, vazamentos, marquises e estruturas em balanço degradadas por infiltração com risco de quedas e acidentes de maneira generalizada. Os vestiários e armários também se encontram abaixo do ideal de uma instalação, principalmente em relação ao padrão Petrobrás, com improvisos para suporte de toalhas, armários e bancos, desconforto térmico, chuveiros e instalações elétricas mal cabeadas etc.

Por mais que tenha sido feita uma reforma no espaço, as mudanças não foram suficientes para oferecer condições de trabalho seguras e dignas. As instalações são muito antigas e oferecem condições precárias de conforto, ergonomia e higiene. É nítido que as reformas não trouxeram readequação aos canteiros e as mudanças se limitam à pintura para uma recuperação de estrutura já existente. Porém o espaço permanece longe de ser o ideal ou mesmo seguro para o trabalho, sem por exemplo, piso frio, condicionamento de ar adequado, ventilação suficiente nos vestiários, espaço físico e mobiliário adequados (improviso) etc.

Por fim, a Petrobrás exige uma excelência operacional e técnica, com ordem arrumação e limpeza, percepção de risco aguçada e conceito de dono à sua força de trabalho, mas oferece, principalmente aos terceirizados, exatamente o oposto nas suas instalações. Não há campanha de conscientização capaz de competir com um ambiente de trabalho desorganizado, sujo e inseguro. Ações e condições têm muito mais capacidade de criar uma cultura organizacional segura que qualquer campanha motivacional. Para a Petrobrás exigir excelência, ela precisa oferecer primeiro.

Outras situações foram observadas e serão apontadas no relatório do Ministério do Trabalho e Emprego.